Economia municipal é expressiva no setor de comércio e serviços, mas tímida na venda para outros países.
Apesar do destaque na comercialização do estanho minerado em Rondônia, Ribeirão Preto não tem perfil exportador. A economia é movida, principalmente, pelos serviços, comércio e indústrias, que atendem ao mercado nacional. Nos últimos anos, as exportações não ultrapassaram 2% de representação no PIB (Produto Interno Bruto) municipal.
Porém, a presença no exterior teria um upgrade com a internacionalização do Aeroporto Leite Lopes. “Nossa história será marcada pelo antes e depois do aeroporto internacional. Se tivesse sido viabilizado há 20 anos, teríamos um outro cenário”, diz Eduardo Molina, gestor de Relações Institucionais da ACIRP (Associação Comercial e Industrial).
Para ele, a internacionalização “facilitaria a importação e exportação de produtos de alto valor agregado, desenvolvendo toda uma cadeia produtiva”.
Para Carlos Ernesto Campos, presidente da Tead (empresa que construiu o terminal de cargas no Leite Lopes), em dez anos a internacionalização movimentaria R$ 10 bilhões.
Luciano Nakabashi, professor da USP, ressalva que Ribeirão “não tem vocação exportadora” – no Brasil ligada às commodities – e que a internacionalização não mudaria nosso perfil, embora desenvolvesse setores como o de logística.
Crise da indústria local alavancou exportações
A exportação de estanho por Ribeirão Preto praticamente dobrou nos primeiros cinco meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Dirigentes da empresa responsável, porém, afirmam que a produção praticamente se manteve constante.
“O estanho tem uma grande procura no mercado. Tudo o que se produz, vende”, diz um funcionário.
Com a crise financeira dos últimos anos, a indústria nacional retraiu a produção e, assim, reduziu o consumo de estanho. Com isso, o material passou a ter comercialização maior no mercado internacional.
PARA ONDE RIBEIRÃO PRETO EXPORTOU (2016-2017)
134 países principais
– Estados Unidos: $ 43,4 mi (Estanho e aparelhos de medicina e odontologia, principalmente equipamentos de raio-x);
– Malásia: $ 31,9 mi (Estanho);
– China: $ 30,4 mi (Soja e borracha);
– Chile: $ 28,5 mi (Ração para animais e instrumentos de medicina e odontologia);
– Argentina: $ 18,5 mi (Estanho e equipamentos de pulverização);
– Peru: $ 16,9 mi (Ração para animais);
– Colômbia: $ 14,6 mi (Sementes e ração para animais);
– México: $ 13,5 mi (Equipamentos de refrigeração e máquinas de coleta agrícola);
– Holanda: $ 10,8 mi (Estanho e soja);
– Espanha: $ 10,3 mi (Estanho);
– Bolívia: $ 9,1 mi (Equipamentos de medicina e odontologia).
Açúcar domina exportação regional
O açúcar foi responsável por quase metade das exportações da região metropolitana de Ribeirão Preto, entre 2016 e 2017, segundo levantamento do A Cidade junto ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Nesse período, US$ 1,6 bilhão do produto proveniente da cana foi comprado por 86 países.
Nigéria, Bangladesh e Argélia lideram o ranking de consumidores, responsáveis por um terço das compras. Sertãozinho é o município com maior produção: apenas com o açúcar, no ano passado ele exportou, em dólares, o dobro de todos os produtos ribeirão-pretanos (incluindo o estanho) somados no mesmo período.
Entretanto, conforme o boletim de maio da Fundace/Ceper (instituições criadas por pesquisadores ligados a FEA-USP), o preço internacional do açúcar não foi beneficiado pelo “boom” das comodities ocorrido em 2005, e seu valor real hoje representa apenas 67% do praticado há 13 anos. Veja, ao lado, o perfil de exportação da região.
Exportação metropolitana – Total de exportações (2016 e 2017): $ 3,7 bilhões
Ranking de exportadores 2016 e 2017
Sertãozinho $ 1,5 bi
Pradópolis $ 594,6 mi
Luis Antônio $ 412,9 mi
Ribeirão Preto $ 332,6 mi
Batatais $ 162,5 mi
Ranking de produtos 2016 e 2017
Açúcar $ 1,6 bi
Papel e cartão $ 384 mi
Soja $ 368,5 mi
Carne $ 134,4 mi
Amendoim $ 123,4 mi
Ranking de destino das mercadorias 2016 e 2017
China $ 494,9 mi
Nigéria $ 292,6 mi
Estados Unidos$ 176,6 mi
Bangladesh $ 166,6 mi
Índia $ 146,9 mi
Fonte: www.acidadeon.com/ribeiraopreto/cotidiano/cidades/NOT,0,0,1342901,aeroporto+internacional+daria+upgrade+no+comercio+exterior.aspx